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domingo, 11 de setembro de 2016

Como prever um dia do capeta...

Contrariamente ao que o mais comum dos mortais julga, o dia não começa de manhã. Não, não! 
O dia começa às 00h00...ou seja, o dia (na realidade) começa de noite, na noite anterior, e os acontecimentos após as 00h00 são fundamentais para preverem como será o dia.

E a minha noite anterior foi assim: 
Chego a casa depois de um dia de trabalho extenuante, e encontro o Ben (gato) possuído pelo demónio. E todos sabemos que quando os gatos estão possuídos é um sinal premonitório de destruição iminente.
A televisão avaria-se...e com ela avaria-se o computador (no que toca a premonições, avarias electrónicas representam Azar nível III).
Sem computador e sem televisão, decido não tocar em mais nada que seja de fonte tecnológica (excepto o interruptor da luz) e ir para a cama mais cedo.
No quarto, tenho 3 animais (e o gato não era nenhum deles). Qual é a probabilidade de me aparecerem uma aranha, uma abelha e uma melga, na mesma noite em casa? Exacto...nenhuma. Encho-me de coragem e mato aranha (leia-se: quase tarântula) com um sapato, enquanto grito muito. Ainda aos gritos, constato que a abelha já está morta, mas mesmo assim continuo a gritar enquanto a apanho com uma pá e me despojo do corpo na sanita.
A melga nunca mais a consegui apanhar, ficando com a clara noção que este animal maquiavélico me ia picar as pernas todas, durante a noite.

O dia do Capeta (mais um):
Pois bem, é de dia. Acordo e descubro que a melga, que não matei ontem, me picou durante a noite - não nas pernas - mas na cara (a puta), e fez-me uma borbulha gigante no queixo.
Se há coisa fodida para acontecer a uma pessoa de 34 anos, é aparecer uma borbulha na cara. Porque, sejamos honestos, alguma vantagem temos de ter relativamente às jovens e adolescentes que têm tudo no sitio, não é verdade? 
A borbulha dói para car***o, porque o veneno deve ser de melga mutante. Então, eu (contra todos os conselhos sábios que a minha esteticista me deu ao longo da vida) rebento esta borbulha, com muita dor e sacrifício, até fazer uma ferida (leia-se: escoriação) que parece que fui mordida, não por uma melga, mas pelo Mike Tyson. Vejo-me no espelho, enquanto contemplo a bela merda que fiz. Após alguns tutoriais no YouTube, decido que os passos seguintes para resolver este (enorme) problema, são respectivamente: desinfectar com álcool a 96º, Betadine, creme gordo, Bepantene, vaselina, nívea da caixa azul, novamente álcool e (já em desespero) argila, pasta de dentes, vinagre, azeite, óleo essencial de alfazema (fora de validade) e gelo. 
Depois de todas estas tentativas terapêuticas, a minha cara continua como merda, e eu decido camuflar a ferida com base (ridículo e nada infeccioso), pó compacto, corrector de olheiras e apercebo-me que nada resulta. 

Vou para o escritório (atrasada, claro!), e, ainda nem andei 200 metros, quando o carro decide acender as luzes todas ("STOP! STOP! STOP!" " TEMPERATURA DO MOTOR EXCESSIVA") e parar no caminho. Desgraça...horror...tragédia...reboque...carro na oficina...lágrimas (por esta mesma ordem).

Aqui a pessoa, desesperada e infeliz, não vai trabalhar, e, já que perdeu o dia de trabalho decide ir ao Centro Comercial junto à sua casa.

Já no Centro Comercial, ignoro os olhares de horror face à minha face (trocadilho Top!), e, de forma a sentir-me mais bonita, decido ir à cabeleireira mais fina que lá está, cujas cadeiras onde lavam a cabeça fazem massagem nas costas, e o preço do corte é 25€ (coisa baratinha). 
E agora é assim, se há coisa que eu prezo, se há coisa que eu tenho orgulho, se há coisa linda, lustrosa e comprida - como as crinas do "meu pequeno pónei" - é o meu cabelo


A cabeleireira (leia-se: perita em cabelos longos), chamemos-lhe Jurema, é brasileira e tem um ar tranquilo e delicado, diz que me vai deixar muito mais leve (na cabeça e na carteira), porque o cabelo precisa de corte.
A Jurema lava-me a cabeça muito devagarinho, durante 30 minutos, enquanto estou deitada na cadeira de massagem vibratória, com a cabeça em hiper-extensão (bom para AVC's). Enquanto isto, conta-me toda a história de vida...que é cabeleireira há pouco tempo (alarme!)...que tem 5 filhos, todos no Brasil...que está em Portugal a trabalhar para lhes proporcionar uma vida melhor.
Vamos para o corte. De repente, e não sei bem porquê, começo a pensar naquele tutorial que vi no YouTube, hoje de manhã, que ensina a cortar o cabelo em casa, baixando a cabeça e fazendo um rabo-de-cavalo - chamemos-lhe intuição - e penso para comigo, que uma mulher tem de ser muito irresponsável para fazer cortes em casa e não confiar numa profissional.
A Jurema pede-me para baixar a cabeça, e tal como no tutorial, faz-me um rabo-de-cavalo e corta-me o cabelo aos 10 centímetros de cada vez, enquanto eu beijo os meus próprios joelhos (bom para compensar a posição de hiper-extensão em que me lavaram a cabeça - parece quase uma aula de yoga - daí o preço). No fim, diz para atirar a cabeça para trás, qual truque de magia. Olho para o espelho e vejo o meu cabelo (outrora lindo) com o corte que a Jurema jura (a pés juntos) que não tirou comprimento e que dá muita leveza ao cabelo. 


Coloquemos isto assim, continuo a parecer o pequeno pónei, se este levasse a crina cortada à pedrada.
Encaro a Jurema nos olhos, e digo "demónio, cabra da peste, filha do capeta" (mentalmente. Porque a senhora tem 5 filhos para criar e eu não quero ser responsável pelo seu despedimento). Páro, e tento arranjar mais uns insultos brasileiros para lhe chamar (mentalmente), mas só me consigo lembrar da novela em que elas comiam uma flor e aparecia o Jorge Tadeu ao pé de uma árvore. Mantenho o olhar insultuoso de "cabra da peste".


Vim para casa, com um penteadinho à "foda-se" e menos 25€. 
Chegada a casa, bebi vinho, bati no gato, e, chorei até adormecer.


A vossa azarada nível IV

Ameixa Seca

Nota*
Quando o dia começa a correr mal, é das 00h00 às 00h00...


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